segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

SEPSE

INTRODUÇÃO

A presente rotina tem como objetivo oferecer conceitos básicos sobre sepse. Informações mais detalhadas quanto às condutas de acordo com o foco infeccioso devem seguir as recomendações dos outros capítulos deste manual.
A despeito dos avanços tecnológicos e científicos dos últimos anos, a mortalidade pela sepse permanece elevada. A sua incidência sofre variações dependendo do hospital estudado, sendo maior naqueles que lidam com pacientes mais graves. Diagnóstico e tratamento precoce constituem as principais armas para redução da mortalidade. Os principais fatores de risco são:
* SIDA;
* Desnutrição energético-protéica;
* Alcoolismo;
* Neoplasias;
* Diabete melito;
* Procedimentos invasivos;
* Uso de imunossupressores.

Praticamente inexistem dados nacionais sobre o assunto. A sepse é a principal causa de morte em UTI. Nos Estados Unidos ocorrem cerca de 750.000 casos/ano, com 225.000 óbitos/ano atribuídos à sepse.

INFECÇÃO: resposta inflamatória reacional a um microorganismo ou invasão de tecido estéril;

BACTEREMIA: presença de bactéria viável no sangue; SEPTICEMIA: termo que, pela sua imprecisão, deve ser abandonado;

SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA (SIRS): resposta inflamatória inespecífica do organismo a vários tipos de agressão (pancreatite, trauma, infarto agudo do miocárdio, entre outras), manifestada por duas ou mais das seguintes condições:

* Temperatura > 38°C ou < 36°C
* Freqüência cardíaca > 90 bpm
* Freqüência respiratória > 20/irpm ou PaCO2 < 32 mm Hg
* Leucócitos > 12.000/mm³ ou < 4.000/mm³ ou > 10% de formas jovens

SEPSE: resposta sistêmica à infecção grave; o paciente é portador de sepse caso apresente SIRS deflagrada por infecção;

SEPSE GRAVE: é a sepse associada com disfunção de órgãos, hipoperfusão ou hipotensão, podendo haver acidose lática, oligúria ou alterações agudas do nível de consciência;

CHOQUE SÉPTICO: sepse com hipotensão, a despeito de adequada ressuscitação hídrica, associada à presença de anormalidades de perfusão;

SÍNDROME DA DISFUNÇÃO ORGÂNICA MÚLTIPLA: presença de função orgânica alterada em pacientes agudamente enfermos, nos quais a homeostase não pode ser mantida sem intervenção.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO
As manifestações clínicas são variadas e dependentes do sítio de infecção, presença de comorbidades, idade do paciente, resposta inflamatória, disfunção orgânica induzida e do momento em que o diagnóstico é feito.
Os achados clínicos da sepse são poucos específicos e estarão relacionados, na maioria dos casos, ao sítio primário de infecção. As principais manifestações clínicas incluem: febre, calafrios, anorexia, mialgia, taquicardia, taquipnéia, hipotensão, oligúria, irritabilidade e letargia.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Leucocitose e neutrofilia com desvio para a esquerda associadas a eosinopenia constituem as alterações mais freqüentes. Neutropenia, via de regra, está associada a mau prognóstico. O hematócrito pode estar aumentado (hemoconcentração), normal ou diminuído. A plaquetopenia (<150.000/mm3) é comum. Coagulação intravascular disseminada (CIVD) é mais freqüente na sepse por Gram-negativos, sendo mais encontrada nos pacientes com choque. A CIVD é um marcador de infecção grave.

POSTADO POR:ANTONIO SOARES

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