sábado, 12 de setembro de 2009

HISTAMINA

A histamina é produzida pela ação da descaboxilase da histidina sobre o aminoácido histidina. Está ligada aos proteoglicanos e proteínas por ligações iônicas dentro dos grânulos dos mastócitos e basófilos e à heparina dos mastócitos. Pode ser deslocada de seus sítios de ligação no grânulo pela exposição das células a altas concentrações de íons. Os níveis de histamina na corrente sanguínea são mais elevados de manhã, decrescendo no final da tarde.

É encontrada, quase que exclusivamente, dentro dos mastócitos e basófilos, com índices particularmente elevados nos intestinos, pulmões e pele. É liberada de seus estoques celulares quando as células são ativadas imunologicamente pela ação do antígeno sobre os anticorpos IgE, ligados à superfície celular ou quando são ativadas por mecanismos não imunológicos.

Em pacientes com mastocitose, ocorre em quantidade elevada, com níveis ainda maiores durante as crises dessa disfunção. Um nível elevado no sangue, também pode ser detectado durante anafilaxia, asma e uma variedade de urticárias. Elevações na concentração local de histamina, têm sido identificadas em líquidos e lavados broncoalveolares de pacientes que manifestaram reações alérgicas e, em líquidos de vesículas de pacientes com urticária, ambas induzidas. Existem três diferentes tipos de receptores nas células alvo da histamina: H1, H2 e H3.

As funções primárias da histamina sobre o receptor H1, foram identificadas por meio do efeito inibidor de anti-histmínicos:

  • contração de músculo liso dos brônquios, intestino, útero;

  • aumento da permeabilidade vascular das vênulas pós-capilares;

  • vasoconstrição pulmonar;

  • elevação dos níveis intracelulares de GMPc;

  • aumento da produção de muco nasal;

  • incremento na quimiocinese leucocitária;

  • produção de prostaglandinas pelo tecido pulmonar.

Obs.:Esses efeitos podem ser bloqueados com o uso de um anti-histamínico que age diretamente no receptor H1.

A estimulação por receptor H2:

  • aumenta a secreção de ácido gástrico,

  • estimula a produção de muco pelas vias aéreas;

  • aumenta níves intracelulares de AMPc;

  • inibe quimiocinese de leucócitos

  • estimula linfócitos T supressoes.

Obs.:Podem ser evitados por inúmeros compostos como a cimetidina e ranitidina.

A estimulação do receptor H3 tem sido mais bem estudada no tecido nervoso central, onde inibe liberação e bloqueia síntese de histamina. Os efeitos sobre esse receptor podem ser bloqueados por certos compostos que ainda não são disponíveis como drogas de uso farmacológico.

A estimulação de H1 e H2, simultaneamente, causa vasodilatação máxima, irritabilidade cardíaca e prurido.

As conseqüências clínicas da liberação de histamina incluem reações edematosas na pele, associadas a prurido e eritema, constrição brônquica, secreção de muco nas vias respiratórias, cólicas intestinais, liberação de enzima e ácido gástrico, produção de muco pelo intestino, hipotensão e disritmias cardíacas.


Débora Araújo

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